A qualquer sinal de mau presságio no peito, a menina não hesitava em estalar os dedos e fechar abruptamente os olhos. Era como sua avó havia lhe ensinado nos seus tempos imemoriais da infância, essa mesma que muitos de nós temos e que pede para ser retirada da nossa linha do tempo a fim de revivê-la, ao som de uma bela cantiga de roda.
Hoje, sem mais a presença da avó, a ciranda da menina foi interrompida pelo temor de encarar seus medos cara a cara. Não conseguia corporificar de certo a palavra “medo” a outras pessoas experientes no assunto. Daí a insistência em estalar de imediato os dedos, que irromperia com um único som a terrível sensação de estar mergulhada, só, em sua própria insegurança.
Ela queria vencer essa batalha usando sempre a mão direita, deixando a outra livre para qualquer eventualidade. A desconfiança morava no canto de trás de sua cabeça. Nem a própria sombra arriscava assustá-la perante os olhos de sua suspeição. Com seu pé também atrás com o mundo, a menina fazia do corpo sua sentinela, embora os olhos até hoje continuem vulneráveis a toda sorte de imagem até hoje a ela indecifrável.
Ela queria, sobretudo, manter a lembrança viva da sua avó, hoje residente nas reminiscências de uma memória embaçada pela idade. Por isso, em vez de acender uma vela, ela recorria aos ensinamentos de criança para se iluminar dentro do quarto escuro. Era a forma de a menina recuperar a luz própria aconhegando-se, ainda que em memória, na velha senhora de todas as noites, antes de acordar para mais uma vez enfrentar o mal que a cada dia nos basta nessa vida.
Hoje, sem mais a presença da avó, a ciranda da menina foi interrompida pelo temor de encarar seus medos cara a cara. Não conseguia corporificar de certo a palavra “medo” a outras pessoas experientes no assunto. Daí a insistência em estalar de imediato os dedos, que irromperia com um único som a terrível sensação de estar mergulhada, só, em sua própria insegurança.
Ela queria vencer essa batalha usando sempre a mão direita, deixando a outra livre para qualquer eventualidade. A desconfiança morava no canto de trás de sua cabeça. Nem a própria sombra arriscava assustá-la perante os olhos de sua suspeição. Com seu pé também atrás com o mundo, a menina fazia do corpo sua sentinela, embora os olhos até hoje continuem vulneráveis a toda sorte de imagem até hoje a ela indecifrável.
Ela queria, sobretudo, manter a lembrança viva da sua avó, hoje residente nas reminiscências de uma memória embaçada pela idade. Por isso, em vez de acender uma vela, ela recorria aos ensinamentos de criança para se iluminar dentro do quarto escuro. Era a forma de a menina recuperar a luz própria aconhegando-se, ainda que em memória, na velha senhora de todas as noites, antes de acordar para mais uma vez enfrentar o mal que a cada dia nos basta nessa vida.