09 dezembro, 2008
Velho de guerra
08 dezembro, 2008
Atrasado

Hoje acordei atrasado para o trabalho. Muito até. O primeiro contato com o mundo desta segunda-feira, com o relógio do celular, já indicava: eu deveria estar lá. Pego cedo no escritório. Por isso, não hesitei: corri no banho, corri no café, mais ainda de carro e depois pelos corredores. Mas a mente, mesmo forçada a ser rápida logo no início da manhã, ainda permanece meio ébria, meio zonza. Nada de bebedeira, nada de saideira ou excessos de domingo. Penso que é a felicidade por ter, finalmente, dormido bem por um bocado de horas. A cama hoje estava mais macia do que de costume, e o travesseiro voltou a dialogar comigo. Ele ainda não abriu suas cortinas de todo para mostrar o velho tablado em que ensaio alguns dos meus sonhos, mas serviu pelo seu abraço à mente antes cansada.
Na trilha sonora, ainda Queen: “I want to break free”
07 dezembro, 2008
Uma canção
Um exercício para a noite de hoje: tentar decifrar que sensações me batem quando ouço essa música. Não sei se é por descobrir, tanto tempo depois, a pungência de uma voz; se é o som do piano e da guitarra; se é por ver a sua felicidade ao cantá-la a plenos pulmões; ou simplesmente por voltar àquela noite nossa, de mãos dadas e de coro uníssono –- eu e você, lembra?
De uma coisa eu estou certo: todas essas imagens me são comoventes. "Ouvindo tudo que vejo, vou vendo tudo que ouço" -- já cantou um samba-enredo. E exatamente essa música e as sensações a mim inéditas serviram de regozijo para uma respiração antes pesada pelo cansaço. Hoje vou esmiuçar o peito para me descobrir novamente com você. Sua presença, minha saudade me estimularam a isso.
Do barro...
Autocontrole
É uma doutrina diária: dosar a calmaria com a intemperança. Ou seria impulsividade? As duas caminham juntas comigo. Não avisam a hora que desejam se revelar ao mundo e tomam minha cabeça sem qualquer aviso prévio. A fala tenta ser mansa, mas como dialogar com a calma se as sobrancelhas já se arqueiam pelo acesso súbito de raiva? São gestos abruptos, à revelia de qualquer controle, que costumam provocar mais espanto nas pessoas, já que à primeira vista a voz soa calma e baixa demais para aqueles que me têm como exemplo de placidez. Não o sou, de fato. Vivo em mim a combustão do inesperado, mas confesso que gostaria de domar um pouco melhor esses momentos. Ter um pouco mais de tino, o tal do fino trato para exercer o autocontrole sacro de cada dia. Precisamos dele, porque sempre fujo de mim quando me exalto. E depois choro a tempestade que chove dentro de mim.