Desde pequena, ela foi ensinada pelos mais velhos a não ficar muito de frente para a janela nos dias de sol muito a pino. Era como se, de certa forma, protegessem a menina de uma visão muito ofuscada do mundo. Mas ela, curiosa que só, não hesitava em espiar pelo parapeito um pouco daquela luz irradiante que tanto sentia falta. Contava isso às amigas bonecas que lhe compartilhavam a cama, as brincadeiras e parte da infância.
Certo dia, ela se viu sozinha naquela velha casa que morou. Todos haviam saído e, por isso, não esperou em logo se apresentar, cara a cara, com aquela fronteira que tanto a distanciava do mundo de lá. Nos primeiros minutos, de rosto colado no vidro, a menina não compreendia bem por que da diferença de calor entre sua testa e a luz que perpassava a janela sem qualquer cerimônia.
Ainda sim, paralisou o olhar contemplativo diante daquela novidade toda. Só não contava com o inesperado: um inseto, para ela de nome indefinido, que bateu contra o vidro sem pedir muita licença à mocinha. Nojo e curiosidade chegaram meio assim, misturados, nos olhos da menina, que fitou bem para conhecer o visitante.
Não deu para tocá-lo de imediato, mas não titubeou e logo abriu aquele vidro. Outro espanto: o bichinho, assustado com o movimento brusco, voou. Tomou seu rumo na vida. E ela, mesmo sentida com a ausência do novo amigo, esboçou um sorriso de canto de rosto. É que, finalmente, a menina pôde sentir a inexplicável mágica de ter luz e ar dançando juntos ali, às suas mãos.
A partir desse instante, ela também decidiu, mesmo pequerrucha, a tomar outros rumos. E se lhe faltasse luz no quarto escuro das bonecas, ela sabia que, da janela, vinha o brilho necessário para reinventar seu dia. Sua infância. O novo da vida.
Certo dia, ela se viu sozinha naquela velha casa que morou. Todos haviam saído e, por isso, não esperou em logo se apresentar, cara a cara, com aquela fronteira que tanto a distanciava do mundo de lá. Nos primeiros minutos, de rosto colado no vidro, a menina não compreendia bem por que da diferença de calor entre sua testa e a luz que perpassava a janela sem qualquer cerimônia.
Ainda sim, paralisou o olhar contemplativo diante daquela novidade toda. Só não contava com o inesperado: um inseto, para ela de nome indefinido, que bateu contra o vidro sem pedir muita licença à mocinha. Nojo e curiosidade chegaram meio assim, misturados, nos olhos da menina, que fitou bem para conhecer o visitante.
Não deu para tocá-lo de imediato, mas não titubeou e logo abriu aquele vidro. Outro espanto: o bichinho, assustado com o movimento brusco, voou. Tomou seu rumo na vida. E ela, mesmo sentida com a ausência do novo amigo, esboçou um sorriso de canto de rosto. É que, finalmente, a menina pôde sentir a inexplicável mágica de ter luz e ar dançando juntos ali, às suas mãos.
A partir desse instante, ela também decidiu, mesmo pequerrucha, a tomar outros rumos. E se lhe faltasse luz no quarto escuro das bonecas, ela sabia que, da janela, vinha o brilho necessário para reinventar seu dia. Sua infância. O novo da vida.
9 comentários:
ainda bem que ela foi em busca...
estou sempre lendo por aqui!
casa nova, espero sua visita!
beijos ;*
pedido esquisito este que fizeram à pobre menina. Mas, tudo bem, ela se resolveu, descobriu este mundo grande e bonito ainda cedo.
Texto singelo, bonito.
Lindo texto, inundado com a ternura própria do ser que descobre para além das 'proibições' o seu próprio caminho.
Fica um raio de sol enfeitando o teu dia.
Gosto muito de toda a ternura que vem das suas linhas. O universo infantil fica representado de um jeito lindo.
Excelente texto (um pequeno conto).
Gostei imenso.
Todos precisamos de janelas, em sentido literal ou figurado.
Abraço.
Sem novo texto para apreciar, deixo-te um raio de luar enfeitando os teus sonhos e um beijo no coração.
Que texto delicado e inocente!
Muito bonito, mesmo! Puro como uma criança...
Parabéns!
Beijos
Ps. Havia perdido o CAMINHO de sua VELHA CASA, ainda bem que o encontrei.
O inesperado pode assustar ou abrir os horizontes...Lindo texto!
Quantos livros você já escreveu?
Super beijos....
Vejo isso como a luz da esperança. Gostaria que os resquícios de liberdade que iluminaram o quarto da garotinha fossem auto-capazes de iluminar a cabeça de certas pessoas.
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