01 julho, 2009

Interseção


Certos momentos eu me apresento de forma muito rude ao mundo -- tática defensiva de quem teve de aprender a se cercar de arame farpado pelo corpo. A verdade é que meu coração é mole demais, acreditem. E grande também. Poucas pessoas é que a ele têm acesso ultimamente. Amor hoje, para mim, pede cancela -- só dele participa quem souber entrar. Pede delicadeza, sensibilidade também. Tudo para entender que o sentimento, certas horas, é atemporal -- aquele que faz história ao fincar a bandeira na interseção dos círculos, respeitando a fronteira de ambas as partes. Essa marca não dá para apagar. Vira comum de dois -- mesmo se esses dois hoje estiverem distantes, cada qual no seu quadrado, cada qual com sua aliança debaixo do braço à espera de novas oportunidades de união. De interseção. De ligação com o mundo.

Um comentário:

Wanda Murta disse...

Oi Daniel... Gosto demais da velha casa. Me vejo nas coisas que vc escreve... Na forma como traduz o sentir. Parabéns!