29 junho, 2009

Aos leitores

Caros amigos que frequentam ou vistam a velha casa,


Desculpem o tom exagerado dos últimos posts, mas eu preciso exasperar. Pelo menos, aqui. As palavras funcionam como minhas lágrimas -- preciso chorar, tento, mas não consigo. Há anos. Uma confissão que hoje faço a vocês. E elas (as palavras) me têm saído copiosas. É falta de choro descontrolado, aquele que pede o lenço na mão. Não quero mais verter nada forçado. Se dos olhos nada ainda salta, vou seguindo com a escrita. Pelo menos as palavras cumprem bem o papel de lavar a alma. Tudo sai espontâneo daqui, sem editor de texto, sem corretor ortográfico, sem nada. A palavra-lágrima brota. Afinal, choro bom é aquele de natureza não-planejada -- portanto, não carece de revisão.

[...]

Sei que corro o risco de soar incompreendido para alguns, exagerado para outros ou melancólico para os demais. Mas, longe de querer ser presunçoso, tampouco mal-educado, lembro aqui duas músicas: uma é Paulinho da Viola: "Eu sou assim, quem quiser gostar de mim, eu sou assim". Ponto parágrafo.

Outra é a sempre presente Bethânia, senhora "das chuvas dentro de mim". Ainda moro depois das tempestades, minha cara, mas eu reconheço: ainda sonho com a cena romântica do beijo no temporal.

2 comentários:

Isabela Dantas disse...

Escreva, Daniel, escreva!
Como já disse um dia Marguerite Duras "nem todos podem escrever ou fazer literatura, essa vida não é para todo mundo", porque para ela a literatura além de ser uma maneira de viver, seria uma maneira de morrer para si mesmo. E eu acrescentaria: para renascer depois. E isso não é qualquer coisa. Isso não é para qualquer um.
Parabéns pelos seus textos!

Anônimo disse...

Meu blog é o meu diário. Meu momento de aliviar tensão, de externar alegria, de esconder-me sob solidão profunda, de sentir e amar em quase plenitude.

Não faço ideia se há ou não compreensão sobre meus relatos e, confesso, que isso não é o meu motivador. Mas por lá tenho encontrado afins que além de incentivo dedicam também suas próprias impressões na construção de um ponto vista que se socializa.

Fica à vontade em sua própria casa, Daniel! Esteja certo de que por aqui andam aqueles que apreciam seus escritos, sejam eles rascunhos ou texto revisado. E, se por acaso, surgirem curiosos ou desafetos, não resistirão ao poder da verdade que a palavra carrega.

Beijo