09 fevereiro, 2008

Folia

Foto da :: velha casa ::
Sony Ericsson K550i





eis que a folia acaba. de volta ao barracão, está o trapo roto e abandonado por aquele que, num instante, se vestiu de nobre, de rei, de farrapo ou de membro da corte para se fazer brilhar num palco iluminado e testemunhado pelo espocar das lentes.

a letra não se faz mais maiúscula, porque agora entra em cena o cansaço, em sua forma leve, mas perene, como um expirar prolongado daquela respiração que ficou presa com a velocidade dos acontecimentos, com a euforia da folia, com o suor do baticumbum que, não tem jeito, faz mexer até mesmo aqueles que, como este quem vos fala, samba apenas com a perna esquerda.

a lembrança também ganha espaço neste momento. na tela, passam momentos agradáveis, de noites a pino, de sorrisos, olhares e memórias, de pessoas, visitas, conversas, confidências, de imagens, mais nomes, menos gente, de cigarros, água em profusão, chuva na moleira, pé encharcado. de amores, dissabores, afetos e desafetos em um coração chafurdado por mais um carnaval que passou.

no peito, bate aquele samba antigo, que me faz sempre rememorar: “quem dera / que a vida fosse assim / sonhar, sorrir / cantar, sambar / e nunca mais ter fim”.

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