20 março, 2008

Resposta



Ao amor,

Eu me inscrevo a todo momento em palavras, letras desenhadas e frases emblemáticas para lhe demonstrar a mais tenra dedicação. Mas suas respostas já não quero mais esperar.
Torço sinceramente um dia tirar esse bilhete, há anos estandarte da porta do meu quarto, e postá-lo no endereço certo. Nem que seja o mesmo destino de vários outros bilhetes dessa natureza: a gaveta do armário. Lá também moram o silêncio e a resignação.

[Escutando “New York I love you, but you're bringing me down”, LCD Soundsystem]

9 comentários:

Jaya Magalhães disse...

Ah, Daniel, que coisa mais linda. O coração ficou tranquilo enquanto fazia tua leitura. Adorei muito.

:)

Olha, peço desculpas pela ausência aqui no teu canto. Me sinto tão bem no meio de tuas palavras, que mal vejo a hora de poder voltar aqui e ler letra por letra que me escaparam por esses dias. Volto em breve para fazê-lo.

Beijocas.

Marco Antonio Araujo disse...

Eu hoje andei pensando no lado sombrio do amor. Pretendo escrever a respeito...

E você retratou bem...

Anônimo disse...

E por que não dar uma chance a ele, e ouvir melodia e amor?

FlaM disse...
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J.Machado disse...

Esperar resposta de um possível, provável e incerto amor, que talvez nem seja, é como implorar migalhas.
Vc tá certíssimo em não querer mais esperar.
Pois bem, bela trilha sonora a sua, a minha aqui agora é o retumbar da marreta na obra da casa do vizinho e bumbo da minha dor de cabeça de ressaca devido aos excessos da noite anterior.
Abraços!

FlaM disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marina Mah disse...

Lindo!
Palavras cuidadosamente escolhidas!
Um abraço compadecido,
de alguém também à espera.

Anonimo disse...

Muito tocante esse escrito, gostei muito das analogias que fizestes: da porta do quarto como lugar de entrada, e da gaveta como lugar de silêncio e resignação.

Parabéns pela verve lírica, abraços.

Renato Ziggy disse...

Mais bonita a intenção desse bilhete do que ele em si, e todo o ritual de enviá-lo ou não com as respectivas motivações... Eita, Daniel, que só que arrasa!