11 abril, 2008

Majestade


Nunca escondi minha vocação de ser mais real que o próprio rei. Mas também faço por onde: trato você como uma verdadeira majestade. Não me importo de estender meu tapete vermelho, entregar-lhe o cetro maior que sua própria altura ou procurar as mais preciosas pedras da sua coroa. Mas eu confesso que também muito me agradaria se o mesmo fosse feito do outro lado – ou mais até, numa competição saudável e sem exageros que só estimularia nosso amor. Infelizmente, não me sinto à vontade em lhe pedir ou decretar certas demandas. Nessas horas, tenho que ser britânico e respeitar os horários, agendamentos e posicionamentos do seu coração, que volta e meia esquece nosso trono ali, vazio no salão oval, mesmo diante da minha presença, que se vestiu das mais nobres vestes para ver você. Mas, como dizem além da sacada: “É melhor esperar sentado para não se cansar”. Só não se esqueça: eu não sou homem de protocolos. E gosto de ser cortejado. Muito. Portanto, ainda que com certo cansaço e um tanto resignado, faço aqui meus votos de que suas mirras e oferendas me sejam ofertadas, independentemente da sua natureza. Quero ver chegar o dia da minha folia de rei. Até eu me levantar de vez do trono e ir à forra com o povo.


“E muito pra mim é tão pouco
E pouco é um pouco demais”
[na voz de Maria Rita]



[Quem quiser conhecer mais sobre o escriba aqui que vos fala, fica o convite para ler uma conversa bacana que tive com o pessoal do Entre Vistas.]

3 comentários:

[P] disse...

Então é mais do que hora de começarem a te ofertar as coisas que você merece...

Beijo.

E, Daniel, eu admiro quem escreve com o coração na ponta dos dedos, tal qual você faz nos textos da Velha Casa.

Tudo ou nada ... disse...

É uma mania de quem ama demais, sempre se doar e quase nunca cobrar.
Abração

FlaM disse...
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