09 junho, 2008

Coruja



Fito deitado a parede azul do quarto
Pontilhando reticências
Sob imagens um dia vividas
E hoje dedilhadas na meia-luz do ar
No céu de concreto pintado


[...]


O medo regurgita
O medo gorjeia
São sons do passado
Passado pássaro
Pássaro coruja
Feiticeiro que da noite faz seu dia
Vive a repassar sabedoria
Na busca de vôos mais altos
Para minhas madrugadas insones


[...]


O pássaro se diz bem-vindo para entrar
Bate a porta da velha casa à noite
Quer saber como vai sua cria
Desgarrada um
dia do ninho de lembranças
Para tentar tear com suas próprias mãos
As asas pretensiosas da calmaria
Mesmo sem muito saber voar
[Ou sequer vencer o medo de agulhas]





6 comentários:

Anônimo disse...

Pode existir coisa mais bonitinha do que um "um ninho de (boas) lembranças"?

beijo de bom dia!!
Rose

Tudo ou nada ... disse...

Que nas asas da imaginação e da inspiração vc possa sempre estar. Continue por favor a nos proporcionar momentos tão agradáveis de leitura.
Abraços

Cris disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Auréola Branca disse...

Esse pássaro vive em uma sombra, de segredo e mistério. Esse pássaro vê muito, e sente mais.

Abraços...

Flávia disse...

Tenho medo desses medos gorjeantes. Parece que estão sempre à espreita da chance de se fazerem maiores...

Beijos ;)

Anônimo disse...

Olá Daniel,

Vim agradecer sua visita em meu cantinho e descobri um blog delicioso de ver, ler e ouvir.
Parabéns!

Bjo