04 junho, 2008

Frutos



Reconheço minha condição imatura
Por não conseguir me desvencilhar
Da eterna vontade de crescer
De ter o mundo todo esclarecido
[
Vã pretensão]


Mas confesso que queria por um dia
Experimentar a sensação
De um fruto num pomar
Do grão verde até sua queda
Sucumbido pelo tempo
Que soube usar de paciência
Para esperar pela apoteose
Da sua maturação final
Ao encontro com o solo
[Ou, quem sabe, com tua boca]




[Feito em outubro de 2007 e revisitado hoje. Na mente, os versos de Cazuza: "Eu quero a sorte de um amor tranqüilo / Com sabor de fruta mordida"]

18 comentários:

Anônimo disse...

Pura e deliciosa poesia. Adorei.

beijos
Rose

FlaM disse...

Vã pretensão ver o mundo todo esclarecido? prá mim essa pretensão é quase o que dá sentido ao existir nele. E mais: esclarecido para transformá-lo...
Cresci acreditando nisso.
Lindo poema – talento para poesia além da prosa.
Bela reflexão para o dia de hoje.
Belo o final.

Anônimo disse...

Bom dia! conhecendo seu cantinho através do bricando com arte... e resolvi te deixar um bju e convidar a vc conhcer o desejo proibido será bem vindo... bjus e uma linda quinta.

Anônimo disse...

Um "amor tranquilo" quase sempre inquieto... coisas de quem ama de verdade, de quem busca sempre o melhor, sem vãs pretensões, mas com a certeza de um final feliz... afinal, é para isso que vivemos!!
lindo poema, mais uma vez parabéns!

Tudo ou nada ... disse...

"Para esperar pela apoteose
Da sua maturação final"

Adorei todo o poema, mas por esta parte fiquei facinado.
Abração

Poeta Mauro Rocha disse...

Não ficamos para semente, mas, podemos plantar algumas e ver os frutos crescidos....

MAURO ROCHA

Um abraço.

Clarice disse...

Daniel, gostei tanto ... a sabedoria do fruto maduro ... no chão ou na boca... pouco importa, o importante é acontecer, seguir ... bonito isso.

Sabrina disse...

lindo, adorei o poema!
:)

Maristeanne disse...

Daniel,

Eu também reconheço a minha!

Mas...

Quando termina o tempo de buscar estrelas perdidas, morrem as horas lentas que vagavam às vezes sem destino pelo labirinto da busca de uma realidade às vezes camuflada de mentiras.

Belíssimo teu poema!..

Receba a minha admiração e carinho!

[Obrigada pela visita!]

Volte quando quiser ou quando puder...

(a)braços,flores,girassóis :)

Mimi disse...

E se o fruto perder o sabor.
E, pior, se vocÊ ainda estiver mastigando, como faz?

beijos

Sonia Regly disse...

Lindo seu Blog, vou linká-lo, posso? Cheguei aqui através de Blogs de amigos. Vim te convidar para conhecer o Compartilhando as Letras, sua visita será uma alegria!!!!

R Lima disse...

Que frutos caídos do nada nos encham de sabedoria..

Bela sua descrição.. belo.. sempre o seu pensar.

Abçs amigo,




Texto de hoje: aSSustA-mE...

Visite e Comente... http://oavessodavida.blogspot.com/

O AveSSo dA ViDa - um blog onde os relatos são fictícios e, por vezes, bem reais...

Anônimo disse...

Talvez seja mesmo vã a pretensão de ter o mundo todo esclarecido, cabendo-nos somente conhecer/entender o nosso mundo interior. A partir daí, quem sabe, o mundo todo possa fazer algum sentido.

Belo, sensível, delicado, o post anterior. De uma ternura que toca a alma.

Deixo flores, sorrisos e estrelas para enfeitar a rede do teu sonhar, e um beijo no coração.

Ludmila Prado disse...

cazuza é tudo, minha alma gêmea.
versos belos.
queria ser uma fruta, sentir a senssação, de crescersem preocupação, saere quem meu fim quem sabe será numa bela boca molhada.

beijo

Bandys disse...

Lindo poema,
Cazuza queria uma amor com sabor de fruta mordida...mas não disse se era ou não madura.
beijos

Camila disse...

Nossa quanta sensibilidade!
Poesia linda e madura!
No ponto!
Beijo
=)

Carla disse...

doce sabor desta fruta-poesia
beijos de bom fds

Anônimo disse...

Bom dia querido!
Com muito carinho eu lhe desejo, que a cada amanhecer raios de sol penetrem em sua alma. Enchendo-a de paz e certeza,de que a vida é feita de Esperança". Um belo fim de semana.. bjus Dourados