04 setembro, 2008

Bolor [ou "Contra-sonhos"]



Tinha pelo travesseiro um apreço especial. Era seu confidente mais próximo, por vezes seu amante que dormia no lado direito da solitária cama. Mas naquele dia havia um cheiro diferente, pode-se dizer enjoativo. Não dava mais para dormir com a mesma conformidade de antes. Era cheiro de mofo. Seus sonhos se repetiam, como um disco que está cansado de tocar sempre a mesma faixa, sempre no mesmo tom. A vida estava no ritmo moroso de sempre. E o sono já não achava mais graça em abrir a porta para os sonhos benfazejos da alma. A noite embolorou. Precisava pegar uma nesga de sol qualquer para ver se conseguia um pouco de ar. Por isso, escureceu tanto naquele dia.



5 comentários:

Anônimo disse...

thats amazing story.

Anônimo disse...

well its nice to know that you have great hits here.

Dois Rios disse...

Sonhos esmaecidos diante de uma vida morna e sem brilho.

Beijo,
Inês

Mimi disse...

Rotina?
eu conheço bem...

Mas menino, eu fico sem net e aí vc já escreveu isso tudo!
aff... lá vou eu ler!

abraço

Anônimo disse...

Sempre chega o momento de trocar sonhos por ações, atitudes.
Assim eles tomam formam e nos dão travesseiros reais, onde poderemos descansar todo o empenho de quem almeja alcançar o que sempre sonhou.