13 maio, 2009

Sobre espelho e balões



O espelho é meu oráculo. Não preciso de guias, contas, conchas ou cartas para desvendar os mistérios do oculto. Eis aqui o mistério: este quem vos fala e vos olha diariamente. Fito, não decifro. São muitas as vozes que falam. E tantas que se contradizem. Cada uma tem seu peso, mas se apresentam a mim de forma elástica – “É você quem vai dar a real dimensão nossa”, me revelam o recado.

O universo é elástico; eu ainda não. Sigo na pequenez da alma, ainda imatura em relação aos sentimentos. Quando me imponho ao mundo, penso que cresço. Mentira. Sou apenas um ser inflável: estouro quando menos espero. Balão de gás que pensa em ter ganho o céu, passarinho que canta de galo só porque não precisa de asas. Pena dele, pena de mim.

Hoje senti pena de mim. Pena da pequeneza, pena por não ser maduro, pena por não saber voar, sobretudo por não saber cair.

[PS: Sou inflamável também. Mas eis aí mais uma faceta do inflável: estouro quando menos espero. E me queimo]

Um comentário:

Elisa Lis disse...

...Mas afinal de contas, somos humanos!

É bonito ver quando notamos nossos crescimentos, qdo 5 segundos antes de cometer o "erro" temos consciencia daquele instante!

Mas ao mesmo tempo sem nos sufocar, sem trair nossas necessidades de expressões.