27 outubro, 2009

Paralelepípedos


Ainda caminho andarilho, mas agora prestando menos atenção nas pedras que compõem o caminho. Eu estacionei na fossa que existe ente elas, o espaço vazio entre os tijolos, o pequeno vão que paralisa o próximo passo. O que se passa nesse espaço tão miudinho? O que ali dentro se acumula? Será que nele eu vou tropeçar? Mal me dei conta de que há muito caíra nessa interseção de corpos que não se unem. Espaço engessado pelo tempo, que cimenta o pé de quem só quer pular a amarelinha nos paralelepípedos. O céu, por ora, nem é o limite da brincadeira. Só queria mais disposição para sair desse buraco e dar o passo adiante. Por favor, girem a roleta ou lancem os dados. Não dá mais para ficar limítrofe no jogo. Quero avançar, pelo menos, três casas.

4 comentários:

Marcelo Mayer disse...

neste espaço se acumula passado. poeira de 50 anos atrás

Ale Danyluk disse...

Vivemos sempre a eterna busca e tentamos sempre evoluir e achar os caminhos certos. Essa é a graça da vida...
Adorei o texto.
Muito bom.

"Aquele que se tenha erguido acima do cesto das esmolas e não se tenha contentado em viver ociosamente das sobras de opiniões suplicadas, que pôs a funcionar os seus próprios pensamentos para encontrar e seguir a verdade, não deixará de sentir a satisfação do caçador; cada momento da sua busca recompensará os seus dissabores com algum prazer; e terá razões para pensar que o seu tempo não foi mal gasto, mesmo quando não se puder gabar de nenhuma aquisição especial".
(John Locke)

Vital disse...

não há como mudar dessa velha casa corpo... no mais são só os olhos envelhecendo.

apreciei muito teu blog,
torno-me teu seguidor pra não me esquecer
da velha casa.

Anônimo disse...

Avançar algumas casas... também quero! :)

beijo