Está tudo preso no peito. Pouco entra, pouco sai. Na lembrança, vêm as noites da infância. O menino magro, que se alternava entre o escuro dos olhos tapados pelo cobertor, para se esquivar de alguma forma daquele sufoco dolorido, e o branco das noites no hospital. Em seguida veio a água, e o mundo desde então se fez mais aliviado. Mas, de peito aberto, eu reconheço: os medos não me dão fôlego para continuar saltando, a plenos pulmões, toda sorte de intempéries ao seu lado. Minha esperança se limita a fulgurar nos olhos como uma nesga qualquer, que hoje em mim resiste triste, abafada, pela impaciência de não ver tudo logo resolvido.
18 junho, 2008
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7 comentários:
Às vezes é muito dificil respirar, mas é preciso mante-se vivo!!
Um abraço!!
MAURO ROCHA
A intensidade destas palavras me fez pensar no quanto muitas vezes gritamos silenciosamente... essa dor no peito, essa voz presa lá dentro, é algo que nos sufoca e impede os nossos instintos naturais de se manifestarem como devem!
É a impaciência de não ver tudo resolvido que nos dá garra para procurar as soluções, querido...
Beijo ;)
Isso dá uma agonia!
O medo do nada conseguir nos limita e como que num ato de pura asma.. nos sufoca.
Lute pelo jeito.. pq há.
Té amigo,
Texto de hoje: mÓbiLe...
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No fundo é bom saber que não estou sozinha com minhas angústias, dúvidas, meus medos. No fundo é bom saber que tua agonia se conforta em uma boa compania, assim como a minha.
No fundo é bom saber que não estou sozinha em minhas loucuras. Não é fácil ouvir "não faça tempestade em copo d'agua, deixe disso, tudo passa". Tudo bem que tudo passa, mas enquanto não passa o sofrimento tortura. No fundo sinto vergonha de ser tão sincera em dizer o que digo... Mas tuas palavras melhoraram o meu dia...
Sinto-me tão ligada a sua angústia. Não sei se porque elas vêm acompanhando-me da infância (como a tu), ou se deixo-as tomarem conta de mim (como deixas).
Abraços.
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