17 setembro, 2008

Do prefácio à página dois



Dizem que eu sou de pouco falar, mas isso não é lá bem uma verdade: eu sou mesmo é tagarela, por demais até. A diferença é que eu me desembesto de verdade quando estou sozinho.  Melhor ainda se estiver andando por aí. Falo sozinho e nem finjo usar o celular no ouvido. Nem para concatenar dá tempo. É uma resposta automática às tempestades que se formam aqui dentro de mim. Preciso chover, de preferência ao ar livre e sem local exato. Caso contrário, fica pesado demais para suportar. Não tenho tempo para prever a calmaria, muito menos hora para trovejar. É assim que aprendi a lidar na vida-a-vida, com diria Clarice: com relativa tranqüilidade até a página dois – que confesso: raramente eu viro. Só mesmo quando mexem comigo. Do contrário, deixo o mundo ler e reler meu prefácio de poucas palavras, muito silêncio, mas de muito vento aqui dentro.

 

5 comentários:

Poeta Mauro Rocha disse...

Então és um homem de muitas palavras, mesmo no silêncio.

Um abraço!!

Bárbara Matias disse...

Ei Dani!
qto tempo, ne?
To meio aterafada e, por isso, quase nao estou visitando blogs mais. =/

Mas sobrou um tempinho pra saudade aparecer e vim aqui. =D
Coninuo adorando seus textos. Eles tem um toque diferente que inculca e encanta. São especiarias??

Bom relê-lo.

Bjinhos.

Tudo ou nada ... disse...

Até mesmo o silêncio vindo de vc diz muita coisa.
Abraços

Marina Mah disse...

Liiinndoooooooo!!!!

A diferença é que minha tempestade solitária troveja, mesmo quando tem gente...rs.

Saudade de visitar essa Velha (sempre nova) Casa.

Um beijo carinhoso e feliz por passear por aqui.

Juliana Almirante disse...

eu uso a técnica do celular,
não sou tão corajosa quanto você
rs